As bicicletas elétricas seguem vivendo um crescimento contínuo no mercado brasileiro. Seguindo a tendência registrada entre 2016 e 2019, em 2020 mais uma vez o segmento continuou crescendo: foram 32.110 unidades, crescimento de 28,4% em comparação com o ano anterior e alcançando o patamar de R$ 190 milhões em vendas durante o ano. Os dados são do Boletim do Mercado de Bicicletas Elétricas 2021, idealizado e desenvolvido pela Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas), em parceria com a Multiplicidade Mobilidade.
Vendas
Em relação às vendas, o Boletim do Mercado de Bicicletas Elétricas 2021 aponta para uma movimentação recorde de aproximadamente R$ 190 milhões em 2020.
O número é uma estimativa para todo o setor de bicicletas elétricas realizado a partir do levantamento com 18 montadoras e importadoras de bicicletas elétricas associadas à Aliança Bike.
O preço médio das bicicletas elétricas foi calculado em R$ 5.900,00.
Segundo Daniel Guth, Diretor executivo da Aliança Bike, "os dados de 2020 confirmam que o crescimento do mercado de bicicletas elétricas é sustentado e puxado pela demanda orgânica de mudanças nos hábitos de locomoção, de prática esportiva e de lazer da população. Contudo, são números ainda muito distantes do potencial deste mercado que, infelizmente, segue represado pela falta de políticas e de tratamento tributário adequado”
Tributação
Mesmo com o mercado em crescimento, um dos principais entraves para o avanço é a carga tributária. De acordo com o levantamento apresentado na Revista Bicicletas Elétricas de 2020, 90% dos ciclistas que utilizam o veículo acreditam que o preço mais acessível faria com que mais pessoas comprassem bicicletas elétricas.
Na parte fiscal, as bikes elétricas ainda são equiparadas aos ciclomotores e não às bicicletas convencionais. Ao todo, os impostos relacionados a este meio de transporte alcançam 85% do custo.
Projeções 2021
Para este ano, a expectativa do mercado continua positiva. É importante, porém, colocar as projeções em perspectiva: embora o mercado brasileiro de bicicletas esteja em um excelente momento, desde agosto do ano passado o país passa por um desabastecimento de componentes.
Este fato ocorre especialmente porque o mercado nacional, assim como boa parte do mundo, é dependente das importações vindas da Ásia – que passou por um momento de falta de matéria-prima devido à alta nas vendas em todo o mundo.
Ainda assim, a perspectiva para 2021 é de um crescimento da ordem de 23%, no cenário mais conservador, alcançando 39.500 unidades de bicicletas elétricas no país. No cenário otimista, o crescimento será de 34%, atingindo 43 mil unidades até o final de 2021.