A utilização de pneus de diferentes marcas, modelos, desenhos de banda de rodagem, diâmetro, profundidade de sulco, ciclo de vida e calibragem em rodados duplos prejudica o rendimento quilométrico de caminhões e ônibus e compromete o reaproveitamento do produto em futuras reformas. O alerta é de Rafael Astolfi, gerente de Assistência Técnica da Continental, fabricante de pneus de tecnologia alemã.
Por isso, a recomendação é manter na montagem do eixo pares perfeitos – de mesmo diâmetro, o que evita uma distribuição desigual da carga sobre os pneus e que estes rodem em velocidades diferentes e, consequentemente, seu desgaste prematuro ou irregular.
Para se ter uma ideia, uma diferença de apenas 3 mm em diâmetro entre um pneu e outro – o que aparentemente parece ser quase nada – é extremamente prejudicial ao desempenho quilométrico. O mesmo ocorre se o emparelhamento envolver modelos com banda de rodagem diferentes.
Outro fator muito prejudicial ao emparelhamento duplo é a falha de calibragem, principalmente do pneu interno. “Cerca de 50% dos pneus inspecionados por nossos consultores em campo estão com pressão de inflação abaixo ou muito abaixo da recomendada. Infelizmente perde-se muito dinheiro e também pneus por conta de algo tão simples de ser corrigido”, avalia Rafael Astolfi.
O desaparelhamento, além de favorecer um maior consumo de combustível, torna mais difícil para o veículo realizar curvas, além impactar em até 30% a vida útil do pneu na frota ao colaborar para o desgaste irregular do pneu e para o estresse da carcaça, o que pode inviabilizar a sua reutilização em nova vida (recapabilidade).
Confira 5 dicas da Continental para manter a pressão correta dos pneus em rodados duplos:
1. Estabelecer – e seguir - um calendário ou política de manutenção de calibragem (a cada duas semanas, no mínimo, corrigindo a pressão para as condições vazio/carregado)
2. Garantir que a calibragem esteja adequada à carga que será transportada
3. Instalar um extensor de válvulas para verificação e calibração dos pneus internos
4. Investir em soluções de monitoramento digital
5. Utilizar o manômetro calibrado para efetuar a calibragem e não confiar em métodos alternativos como batidas com o “martelinho”