A aviação é um setor extremamente seguro, fruto de uma longa história de avanços tecnológicos e da construção de rígidos padrões regulatórios. E é nesse contexto que desembarcam as aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL, na sigla em inglês), que não devem ser confundidas com “carros voadores”. Elas voam, sim, mas estão longe de qualquer semelhança com os automóveis.
Nos próximos anos, a tendência é de que os eVTOLs passem a dividir o espaço aéreo das cidades com os helicópteros e os aviões. No Brasil, a expectativa é de que as primeiras operações comerciais sejam iniciadas em 2028. Nos Estados Unidos, Europa e Oriente Médio a previsão é de que aconteça um pouco antes. É apenas uma questão de tempo.
Os eVTOLs são uma tecnologia disruptiva. Para começar, são elétricos. Portanto, são mais silenciosos, eficientes e ambientalmente mais limpos. Com menos peças em sua construção, a manutenção é mais rápida e barata. Ao contrário dos helicópteros, de fato decolam e pousam verticalmente, permitindo a operação em áreas mais restritas das cidades. Isso tudo significa que terão um custo mais baixo para o usuário, atingindo pessoas que hoje não pagariam por um voo de helicóptero.
“Um dos principais desafios na consolidação dos eVTOLs como novo modal de mobilidade nos próximos anos, para além dos aspectos regulatórios, tecnológicos e energéticos, é informar corretamente a sociedade sobre os benefícios desta opção de transporte”, aponta o CEO da MundoGEO e organizador da feira Expo eVTOL, Emerson Granemann.
O Brasil deverá ter um papel importante nesse mercado chamado de Mobilidade Aérea Urbana (UAM, na sigla em inglês). A Eve Air Mobility, empresa do grupo Embraer, é a fabricante de eVTOL com maior número de cartas de intenção de compra. Além disso, operadores tradicionais têm planos para acrescentar essas aeronaves às frotas, como Gol, Líder Aviação, Voar Aviation, Revo, Avantto, Helisul e outras.
Com tantos atores tradicionais da aviação, é importante para o setor mostrar para a sociedade que o termo “carros voadores” é equivocado e não se aplica a essa nova tecnologia. A complexidade não só da aeronave em si, mas de toda a operação, é tamanha que não cabe a comparação. Por isso, empresas desse mercado vêm investindo na comunicação como uma peça-chave para apresentar essa nova tecnologia. “É muito importante esclarecer a sociedade de que o eVTOL não é um drone nem um helicóptero, e muito menos um carro voador”, reforça Granemann.
Nesse sentido, a MundoGEO organiza desde 2023 o Fórum eVTOL e desde o ano passado a feira Expo eVTOL. O objetivo é reunir os principais atores desse mercado e debater as tendências e os desafios para a implantação da mobilidade aérea urbana no Brasil e no mundo. Em 2026, o evento está confirmado para os dias 16 a 18 de junho no Expo Center Norte - Pavilhão Azul, em São Paulo (SP).
No 4º Fórum eVTOL, a programação contempla 14 painéis para o debate de temas como mercado, operação comercial, certificação de aeronaves, organização do espaço aéreo, infraestrutura (vertiportos), regulamentação, tecnologia de baterias e carregamento, aceitação social, entre outros. Com palestrantes nacionais e estrangeiros, o fórum terá tradução simultânea em português e inglês.
Além do fórum, a MundoGEO organizará o 2º Seminário eVTOLs no Ecossistema de Mobilidade Aérea Urbana, voltado especialmente para gestores públicos e com foco nos projetos de locomoção nas cidades. E na feira de negócios, estarão presentes importantes empresas do setor, além da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea).
Na edição de 2025, a Expo eVTOL reuniu mais de 10 mil visitantes de 30 países, representando 25% de crescimento em relação à feira de 2024 — o evento é realizado simultaneamente com o MundoGEO Connect, a DroneShow Robotics e o SpaceBR Show. Além disso, teve mais de 150 expositores na feira.