O excesso de velocidade segue entre as principais causas de mortes no trânsito brasileiro. Em 2023, quase 35 mil pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito no Brasil — uma morte a cada 15 minutos, segundo o DataSUS. Nas rodovias federais, a situação também preocupa: em 2024, foram registrados mais de 73 mil acidentes, com 6.160 mortes, número 10% maior que no ano anterior. Em São Paulo, o impacto já se reflete na saúde pública: o número de atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) a vítimas de acidentes cresceu 44% na última década.
Os dados envolvendo motociclistas chamam atenção. De acordo com o recém-divulgado “Atlas da Violência 2025”, a taxa chegou a 6,3 mortes por 100 mil habitantes em 2023 — um aumento de 12,5% em relação a 2022. Nesse cenário, é urgente fortalecer a visão crítica da sociedade para que quem utiliza as ferramentas digitais faça delas um valioso aliado para frear o avanço da violência no trânsito.
É nessa perspectiva que se posiciona o Criadores 2.0, projeto da Evoluir, empresa de produtos e serviços educacionais, viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio da concessionária Arteris, que combina formação híbrida em audiovisual com reflexão crítica sobre o papel da mídia na vida social. Em vez de reproduzir fórmulas, os participantes do projeto experimentam processos de criação para a produção de conteúdos inovadores e relevantes.
Na Semana do Trânsito de 2025, a proposta formativa é orientada pelo tema humanização no trânsito, em diálogo com o ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis que tem o objetivo de tornar as cidades e os assentamentos humanos mais inclusivos, seguros e sustentáveis até 2030. Em workshops direcionados, os participantes são convidados a se engajar como criadores de narrativas próprias e de conscientização para alertar sobre os riscos no trânsito. Ao abordarem esse tema em suas produções, os participantes são convidados a pensar como as mídias podem contribuir para tornar as cidades mais humanas e seguras, transformando a comunicação em ferramenta de impacto social.
Segundo Carla Costa, coordenadora do projeto, o Criadores 2.0 não se resume a formar produtores digitais, mas cidadãos críticos, capazes de reinterpretar o espaço que ocupam — seja nas ruas, seja nas redes: “No Criadores 2.0, eles não só aprendem a produzir, mas também a consumir e impulsionar criticamente, a partir de uma análise qualificada de dados e escuta atenta. Esse fortalecimento do senso crítico é o que permite que passem a criar narrativas de conscientização e de transformação social. Investir em educação, treinamento e prevenção é, acima de tudo, investir em vidas.”
Luiza Mariutti, coordenadora de Diversidade e Responsabilidade Social da Arteris, destaca a importância das parcerias público-privadas. “Promover um trânsito mais humanizado e seguro é uma temática que está no DNA da Arteris, que trabalha com esforços pela valorização da vida. Como administradores de rodovias, o objetivo de preservar a vida está presente em todas nossas ações. Projetos como esse nos auxiliam a influenciar de forma positiva o cenário em que atuamos e servir de impulso ao desenvolvimento sustentável das comunidades.”