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Ganhar dinheiro com app ficou mais difícil: motoristas trabalham até 60h por semana e veem lucro encolher em 2025
Estudo da GigU mostra que falta de transparência nos repasses e custos com combustível estão comprimindo os ganhos; em São Paulo, onde se trabalha mais, sobra pouco no fim do mês
Por Administrador
Publicado em 25/07/2025 12:12
Mercado
Divulgação Freepik

A promessa de autonomia e ótimos rendimentos com aplicativos de mobilidade está longe de se concretizar para a maioria dos trabalhadores. Dados inéditos da GigU, plataforma que ajuda motoristas e entregadores a calcular a lucratividade de cada corrida antes de aceitá-la, revelam um cenário cada vez mais desafiador para quem vive — ou tenta viver — da chamada economia sob demanda no Brasil.
Segundo o estudo, em 2025, motoristas de aplicativo trabalham, em média, 52 horas por semana. Em capitais como São Paulo, a carga chega a 60 horas semanais, com uma lucratividade mensal que não ultrapassa R$ 4.100. Em cidades como Maceió, onde o custo por quilômetro rodado é o mais alto entre os municípios analisados, a renda líquida média mensal cai para R$ 1.800.
Para a GigU, os principais fatores que estão corroendo os ganhos dos motoristas são a falta de transparência nos repasses, a alta no preço da gasolina e os modelos alterados de precificação das plataformas.
“Hoje, muitos motoristas aceitam corridas sem saber se vão conseguir ‘zerar o dia’. A GigU existe para oferecer visibilidade e permitir uma escolha mais consciente por parte do trabalhador”, afirma a empresa, que atualmente atua em 20 cidades brasileiras.

A conta não fecha
De acordo com o levantamento, em mais da metade das cidades analisadas, o lucro mensal líquido dos motoristas é inferior a R$ 3.000. Os piores resultados foram registrados em Manaus e Pelotas, onde os ganhos médios mensais líquidos não ultrapassam R$ 2.200.
Outro dado que chama atenção é o alto custo com combustível: em Belém, por exemplo, os motoristas gastam em média R$ 2.341,04 por mês com gasolina, valor que representa cerca de 40% do faturamento mensal. Além disso, aproximadamente 30% dos condutores alugam seus veículos, o que reduz ainda mais a margem de lucro.
 
Escolha ou necessidade?
Apesar da flexibilidade ser um atrativo para alguns, a pesquisa da GigU revela que muitos motoristas recorreram aos apps por falta de oportunidades no mercado formal.
“Alguns dos motoristas optaram pela flexibilidade. Outros não conseguiram se recolocar formalmente”, aponta o estudo.
Curiosamente, cidades como Pelotas (RS) e Uberlândia (MG), onde a maioria dos motoristas possui carro próprio, registraram índices de lucratividade proporcionalmente mais altos — mesmo com menor volume de corridas. O dado reforça a tese de que custos fixos impactam diretamente na renda final do profissional.
 
Como melhorar a margem de lucro?
A GigU oferece algumas orientações para os motoristas aumentarem seus ganhos. A principal delas é clara:

“Nunca aceite uma corrida sem saber quanto ela vai render.”

A plataforma disponibiliza uma ferramenta de cálculo em tempo real, que mostra ao motorista ou entregador o valor estimado por hora e por quilômetro, considerando localização, rotas, pedágios, horários de pico e preço do combustível na região.
 
Outras dicas da GigU incluem:
- Evitar trabalhar em horários com longos períodos de espera entre uma corrida e outra;
- Priorizar cidades e regiões com alta demanda real por corridas;
- Revisar e reduzir os custos fixos sempre que possível (aluguel, manutenção, seguro e combustível);
- Operar com múltiplos aplicativos para maximizar o tempo produtivo e diversificar a fonte de receita.

“Quem calcula melhor, trabalha menos e ganha mais”, resume a GigU.

Com base em pesquisa
Uma pesquisa exclusiva da GigU revela um cenário alarmante: 1.252 motoristas de aplicativos de todo o país apontam que 92% estão endividados, sendo que 68% afirmam que as dívidas comprometem o pagamento de despesas básicas, como alimentação, moradia e contas domésticas. Além disso, 70% relatam não ter tempo ou renda suficiente para descansar, e 89% dizem que a rotina impacta negativamente a saúde mental.
Mesmo entre os motoristas mais jovens — com menos de 35 anos, que representam uma parcela significativa da força de trabalho dos apps —, os dados preocupam: 61% dizem não conseguir planejar o futuro devido à imprevisibilidade da renda e ao custo de vida crescente nas cidades. Além disso, 55% já pensaram em desistir da função. Os principais motivos são: insegurança nas ruas, falta de valorização e a pressão dos algoritmos que regulam a plataforma.
Neste 25 de julho, a GigU lança a campanha “Quem move o Brasil precisa ser visto”, que chama a atenção para as condições de trabalho desses profissionais e pressiona o setor público e privado por soluções mais justas. A ação inclui uma carreata simbólica e a divulgação de conteúdos nas redes sociais com relatos reais dos motoristas.
“É hora de entender que não existe cidade inteligente sem trabalhador digno. A conexão só pode existir com justiça, acesso a direitos e dignidade. Esse é o papel da GigU: dar voz e ferramentas a quem, até hoje, precisou enfrentar tudo sozinho”, conclui Luiz Gustavo Neves.

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