A aquisição de um veículo, seja novo ou usado, sempre esbarra na pergunta: qual a cor ideal para revender depois? Para quem não gosta dos tradicionais preto, branco e prata, mas fica refém dos básicos porque tem medo de não conseguir repassar o carro mais à frente, aí vai uma boa notícia, nem sempre são esses tons que vendem mais rápido ou que têm o preço mais elevado.
Levantamento da autotech Auto Avaliar, que atende 4.200 concessionárias e mais de 38.000 lojas independentes e realiza US$ 1,4 bilhão de vendas anualmente, concluiu que os carros coloridos representam um percentual menor do mercado B2C, mas vendem tão rápido quanto os demais e ainda têm um preço médio de mercado maior. Atualmente, o giro médio do estoque se encontra em 37 dias, de acordo com o Estudo Megadealer de Performance de Veículos Usados powered by Auto Avaliar (PVU) de maio.
Segundo os dados, extraídos da plataforma Car Invest, criada pela Auto Avaliar, os carros coloridos são vendidos a um ticket médio de R$ 89.452,50, cerca de 14% a mais que valor médio de negociação dos básicos (branco, preto, cinza e prata): R$ 78.380,80. A dificuldade, entretanto, está em obter a cor desejada. Os básicos representam 75,52% das vendas da plataforma. A cor mais comum é a branca (28,55%), seguida pela prata (18,42%), preta (14,77%) e cinza (13,78%). Nos coloridos, o vermelho, responsável por 5,38%, é destaque, seguido pelo azul, que responde por 3,56% do total.
“Existem outros fatores mais importantes que os consumidores devem se preocupar se a intenção não é ficar tanto tempo com o veículo, como a marca e o modelo na hora da aquisição. Já quando da venda, é preciso estar atento à quilometragem e ao estado de preservação do veículo. Aliás, o mercado de usados permanece aquecido, o que tem facilitado as vendas sem um deságio considerável”, lembra o CEO da Auto Avaliar, J. R. Caporal.
O Estudo Megadealer de Performance de Veículos Usados powered by Auto Avaliar (PVU) destacou que, em abril desta ano, o tíquete médio de venda dos carros usados no Brasil atingiu o valor de R$ 87.107, quase 2% maior do que os R$85.563 registrados em março, até então a maior alta da série histórica iniciada pelo PVU. Além disso, a velocidade das vendas das concessionárias, medida pelo giro do estoque se encontra em 38 dias, o que indica uma procura aquecida por parte dos consumidores.
Existem modelos que contam com uma velocidade de vendas muito maior e que proporcionam margem bem mais interessante aos concessionários. Dentre eles, os modelos da Toyota se destacam. A marca domina o topo do ranking dos mais rentáveis. Em abril, na primeira colocação, o Toyota Yaris Hatch apresentou um preço médio de R$ 86 mil, margem bruta de lucro em 10.6% e giro de estoque médio em 26 dias, seguido do Corolla Cross (preço médio de R$143mil, margem de 9.9% e giro médio em 27 dias). O Corolla completa o Top 3, com preço médio de R$134 mil, margem bruta de 9.8% e giro de estoque médio em 28 dias. O Tiggo 5x da Caoa Cherry também é uma excelente opção para quem está pensando na troca num prazo mais curso.
A Car Invest, ferramenta de análise para valorização de estoques, responde também a outras questões como: quais os modelos que contam com escassez no mercado, qual o preço médio de venda do modelo de acordo com a quilometragem e se o preço escolhido está em linha com os anúncios do mercado. A plataforma processa mensalmente cerca de 11 milhões de registros para produzir insights precisos e atualizados sobre o setor automotivo e assim oferece uma visão mais alinhada à volatilidade real do mercado. “São empregados algoritmos de alta complexidade e tecnologias de Inteligência Artificial para aprofundar a análise dos dados, permitindo não apenas identificar os veículos mais procurados em cada região, mas também antecipar tendências e comportamentos de mercado com precisão”, ressalta Caporal.