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Radares de velocidade média podem ser regulamentados ainda em 2025
Tecnologia já existe há anos e radares já estão prontos para fazer a nova medição quando chegar a regulamentação e a normatização técnica para homologação do Inmetro
Por Administrador
Publicado em 03/06/2025 12:07
Mobilidade
Radares já possuem a tecnologia de medição de velocidade média e aguardam a regulamentação legal e a homologação técnica do Inmetro. Divulgação Velsis

O excesso de velocidade continua sendo a maior causa das seis mortes que ocorrem por hora no trânsito brasileiro. São 1,3 milhão de mortes anuais no mundo. Uma causa evitável, que depende exclusivamente do comportamento do motorista. E mesmo que existam radares, muitos condutores reduzem apenas para passar pelo equipamento e voltam a acelerar. Um comportamento que deve acabar quando os radares de velocidade média entrarem em operação no Brasil.
A tecnologia já se mostra eficaz em diversos países da Europa há algumas décadas e já teve testes em cidades brasileiras como São Paulo (capital), Curitiba, Distrito Federal e em trechos de rodovias em Uberaba (MG). Desde 2011, já são pelo menos oito estudos identificados de velocidade média, conforme a Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade).
Em São Paulo, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) promoveu testes educativos com radares de velocidade média e enviou cartas aos motoristas que ultrapassaram os limites. A ideia era conscientizar sobre os riscos e informar que, no futuro, a conduta poderá ser passível de multa.
Na cidade de Uberaba (MG), um trecho da BR-050 também foi utilizado para testes com radares da Velsis, com o mesmo propósito pedagógico. A concessionária Ecovias Minas-Goiás e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizaram duas blitze educativas - entre novembro de 2024 e fevereiro deste ano - num trecho de 11 quilômetros da rodovia, onde a velocidade máxima permitida é de 80 Km/h. Nas duas ações, conforme a concessionária, notou-se uma redução de 22,5% nos flagrantes de excesso de velocidade nos 15 dias após as blitze, se comparado aos 15 dias anteriores à ação educativa.
Em Curitiba, onde pelo menos duas avenidas já tiveram testes de velocidade média, os radares já possuem a tecnologia, que está prevista no contrato da Velsis com a prefeitura. Só não foi colocada em prática porque depende da normatização federal.
Durante as ações de Maio Amarelo 2025, inclusive, a PRF realizou um workshop sobre o tema em Curitiba, reunindo especialistas em mobilidade e segurança para discutir a adoção dos radares de velocidade média em rodovias federais.

Fiscalização por velocidade média no Brasil
Embora os equipamentos já estejam prontos e a eficiência seja comprovada, a fiscalização por esse tipo de medição ainda não está regulamentada no Brasil.
“A tecnologia já existe e é robusta. Já fizemos demonstrações inclusive para a Polícia Rodoviária Federal, mas a regulamentação ainda é discutida ao nível federal. A legislação atual não prevê especificamente a fiscalização por velocidade média, por isso os testes têm caráter educativo”, explica Guilherme Araújo, presidente da Velsis, empresa brasileira que desenvolve soluções tecnológicas avançadas para a mobilidade urbana.
Além dos ajustes na legislação, falta também o regulamento técnico, para que os equipamentos possam ser ajustados e homologados pelo Inmetro. Apesar do Brasil ser um berço de tecnologia em mobilidade urbana, continua atrasado no debate legal.

Como funciona o radar de velocidade média?
Ao contrário dos radares tradicionais, que medem a velocidade em um único ponto, os radares de velocidade média operam em pares: dois sensores posicionados em pontos diferentes da via registram a passagem do veículo, e com base no tempo entre os dois registros e na distância percorrida, calcula-se a velocidade média do trajeto. Isso inibe o comportamento conhecido como “acelera e freia”, comum entre motoristas que desaceleram apenas ao ver o radar.
“Essa solução de monitoramento de vias promove um comportamento mais uniforme e seguro ao longo de todo o trecho monitorado. Ele evita engarrafamentos, aquele efeito sanfona de acelera e freia, que é extremamente prejudicial para o trânsito e aumenta o risco de acidentes, além de emitir mais CO2”, destaca Araújo.

O que diz a ciência sobre velocidade e acidentes?
Diversos estudos internacionais reforçam que reduções de velocidade, mesmo pequenas, salvam muitas vidas. A OMS aponta que uma redução de 1% na velocidade média gera queda de 4% nos acidentes fatais. Já o relatório “Speed Management: A Road Safety Manual”, publicado em 2023 pela Global Road Safety Partnership, mostra que uma queda de 5% na velocidade pode significar até 30% menos mortes.
Isso acontece porque a energia liberada no impacto é proporcional ao quadrado da velocidade. “Quando você reduz a velocidade, reduz quatro vezes a energia do impacto. Isso é essencial, principalmente em áreas com pedestres e ciclistas. A meta global é limitar a 50 km/h a velocidade máxima nas áreas urbanas e menos ainda em locais de grande circulação de pessoas”, complementa Araújo, referindo-se às diretrizes da ONU para a Década de Ação pela Segurança no Trânsito (2021–2030).
Na Suécia, a redução do limite de 90 km/h para 80 km/h, combinada com o monitoramento da velocidade média nas rodovias, resultou na redução adicional de 3,6 km/h na velocidade média. O número parece pequeno, porém ele gerou uma diminuição de 61,6% nas fatalidades e 33,4% nos feridos graves em acidentes. Esse estudo, o Spot Speed Cameras in a Series, foi publicado em 2024. Mas compilou dados coletados ao longo de 20 anos em 202 trechos de rodovias suecas com radares em série.
O estudo também relata os resultados obtidos em outros locais do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Administração Nacional de Segurança no Trânsito (ou a NHTSA, na sigla em inglês) constatou que o uso de radares reduziu entre 20% a 25% os acidentes.
Na França, os radares foram implementados em novembro de 2003 no país. E deste ano até 2010, as 2.756 câmeras de velocidade preveniram aproximadamente 15.000 mortes no trânsito. Os equipamentos ajudaram a reduzir em 26% as colisões fatais e em 21% as colisões com feridos.
Além da França, países como Itália e Espanha também adotam os radares de velocidade média com sucesso há anos, seguindo padrões recomendados pela OMS, como limites de 50 km/h em áreas urbanas, 90 km/h em vias arteriais e 130 km/h em autoestradas. Em todos os casos, os radares ajudaram na redução de feridos e mortos em acidentes.

Alta tecnologia em fiscalização de trânsito
A Velsis, uma das principais empresas brasileiras do setor, desenvolveu radares não intrusivos que utilizam tecnologias como Doppler, laser e laço indutivo. Além da velocidade média, os dispositivos também já são capazes de detectar outras infrações como avanço de sinal, parada sobre faixa, evasão de faixas exclusivas, uso de celular ao volante e ausência de cinto de segurança. Muitas dessas infrações, no entanto, ainda não podem ser autuadas de forma automática por falta de regulamentação.

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