Por Claudio Moyses*
Nos últimos anos, a sigla ESG tem se destacado no cenário empresarial como representante dos pilares ambiental, social e de governança. Esses princípios refletem as práticas de sustentabilidade socioambiental e corporativa incorporadas pelas empresas em suas estratégias, visando atender às crescentes demandas da sociedade contemporânea. Com o aumento da importância de macrotendências como descarbonização, economia circular e valorização da sustentabilidade, observa-se cada vez mais uma transformação nas dinâmicas de negócios
Pesquisa realizada pela Automotive Business revelou que 73% das empresas do setor automotivo têm uma agenda definida, contendo objetivos estratégicos e metas claras. No entanto, apenas 53% dessas organizações afirmam possuir uma matriz de materialidade ESG, com um mapeamento dos temas e impactos relevantes relacionados ao negócio. A existência dessa matriz é considerada essencial para mensurar resultados e avaliar a eficácia das práticas sustentáveis adotadas pelas empresas.
Nesse contexto, surge a necessidade de ferramentas eficientes para a implementação das boas práticas de sustentabilidade. A Infraestrutura da Qualidade destaca-se como uma aliada estratégica, oferecendo suporte às organizações no desenvolvimento sustentável. A qualidade não é apenas um diferencial competitivo, mas também uma importante aliada para a área automotiva e demais setores de atividades na adesão à Agenda ESG.
As normas internacionais ISO (International Organization for Standardization) fornecem um caminho orientador e de apoio para empresas que buscam incorporar os princípios ESG em seu planejamento estratégico. Dentre elas destacam-se as ISOs 14001, 26000, 37001, 45001 e 50001, requisitos básicos e essenciais para organizações que desejam iniciar a aplicação do ESG.
Vale lembrar que a ISO está revisando as suas normas de Sistemas de Gestão para alinhá-las aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e às Mudanças Climáticas. A nova ISO 9001 está prevista para o próximo ano, o que exige que todas as organizações certificadas precisam se atentar para essas mudanças desde já.
Além disso, é crucial considerar outras ferramentas de qualidade para garantir eficiência, transparência e melhoria contínua, tais como Análise SWOT, Materialidade e Análise de Impacto, Mapeamento de Processos, Indicadores de Desempenho (KPIs) Sustentáveis, Análise de Ciclo de Vida (ACV), Benchmarking Sustentável, Avaliação de Riscos e Oportunidades, Auditorias Sustentáveis e Desenvolvimento de Relatórios ESG.
A convergência entre qualidade e ESG no setor automotivo torna-se fundamental para enfrentar os desafios emergentes. Uma sinergia que impulsiona o setor em direção a práticas mais responsáveis e sustentáveis. Ao adotarem e integrarem os princípios ESG em suas atividades, as empresas não apenas fortalecem suas operações, mas também contribuem para um futuro mais promissor. O Instituto da Qualidade Automotiva reconhece a importância dessa abordagem e lidera iniciativas para conduzir o setor a padrões mais elevados de excelência, sustentabilidade e responsabilidade social.
O programa IQA DS, sigla que significa Desenvolvimento Sustentável para Mobilidade, é uma das iniciativas do Instituto projetada para oferecer suporte ao setor automotivo no desenvolvimento, disseminação e aprimoramento de práticas sustentáveis. Desta forma, é possível auxiliar empresas de todos os portes e áreas dentro da cadeia automotiva a implementar e mensurar seus resultados em ESG. Conheça mais sobre esse projeto em https://www.iqa.org.br/desenvolvimento-sustentavel/.
*Claudio Moyses é diretor-presidente do Instituto da Qualidade Automotiva
Imagem: Reprodução