Por Thiago Hidalgo*
De acordo com uma pesquisa divulgada nesse ano pela Confederação Nacional da Indústria, 64% dos usuários avaliam os serviços de carros por aplicativo como bons ou ótimos. O metrô está em segundo lugar com 58%. Além disso, também no ranking do levantamento, apps de transporte individual aparecem com 28% entre os meios de locomoção mais utilizados no dia a dia. Apesar de toda popularidade e de serem utilizados constantemente, muitos não sabem como essas plataformas funcionam, captam informações, mapeiam localização ou calculam tempo estimado de uma viagem. Há pouco mais de dez anos os aplicativos de mobilidade estão revolucionando não apenas como as pessoas se movem pelas cidades, mas também aprimorando todo o serviço que está na palma da mão do passageiro e do motorista que decide trabalhar com esses apps, seja para um ganho extra ou como único ofício. Por isso, implementar tecnologias de ponta que fornecem um serviço de qualidade para ambos os lados é fundamental para qualquer organização que se dedique a ser mobile. Nesse contexto, apps de transportes individual precisam contar com alguns recursos, como uso de inteligência artificial (IA), GPS, mapas e algoritmos que auxiliem na verificação da melhor rota ou solicitar um feedback após finalizar uma corrida.
Inteligência Artificial (IA)
A IA não necessariamente é proveniente do mesmo fornecedor, mas a tecnologia visa, muitas vezes, processar dados, oferecer maior variedade de produtos e serviços, que podem ir desde previsões de tráfego (serviço que se baseia nos históricos de trânsito combinados com informações em tempo real), roteirização (durante o cálculo de rotas, a IA avalia diversos fatores, como condições atuais de tráfego, estradas interditadas, zonas de construção e outros impedimentos, sempre visando a rota mais eficaz) e aprendizado de máquina (recurso empregado para discernir padrões no trânsito, identificar modificações na infraestrutura rodoviária e reconhecer novas estradas e alterações em vias).
Algoritmos
No dia a dia, escutamos muito sobre algoritmos, que nada mais é que uma sequência de instruções bem definidas e que são usadas para resolver problemas de forma rápida e eficiente. Nos apps de mobilidade urbana, podem ser usados para calcular rotas mais eficientes. Além disso, durante o processo de roteirização, a tecnologia considera fatores como tráfego atual, tempo estimado de chegada ao destino e as preferências do usuário, ou seja, os algoritmos contribuem direcionando os veículos para caminhos alternativos. Assim, evita áreas congestionadas e resulta em uma viagem mais rápida, tranquila e personalizada.
Pagamentos e Transações Digitais
Esses apps também precisam possuir um sistema seguro, rápido e prático de pagamentos. Por isso, muitos aceitam, além de dinheiro, Pix, cartões de débito e crédito e alguns contam com carteiras digitais próprias. Dessa maneira, o usuário pode colocar uma quantia direto na plataforma.
As transações financeiras, originárias de cartões de crédito, são processadas nas adquirentes usando um TOKEN, que é gerado quando o usuário cadastra o cartão na plataforma, ou seja, os dados do cartão e do proprietário não ficam armazenados nas bases da empresa responsável pelo app, pois o TOKEN é criptografado e guardado com a devida segurança. Já nas transações via Pix, não há dados do usuário sendo processados, pois, a lógica de cobrança é inversa. Além disso, a notificação de pagamento é instantânea, o que torna ainda mais prática essa modalidade.
Mapas de Navegação
A tecnologia de mapeamento de navegação é incorporada aos apps de mobilidade urbana por meio de integrações diretas programadas, que utilizam mapas e rotas atualizadas. Além disso, as principais fontes de dados também são provenientes dessas plataformas, que auxiliam com informações sobre como está o trânsito, tempo de trajeto e ainda otimiza rotas, o que faz o motorista desviar de caminhos mais longos. Já para obter dados precisos da localização do passageiro ou o motorista, é indispensável o uso do GPS que está integrado no próprio smartphone ou mesmo online. A tecnologia coleta a localização em tempo real e, assim, fornece precisão no tempo de espera e chegada, por exemplo. Essas são algumas das tecnologias que os apps de mobilidade podem utilizar no dia a dia para fornecer um serviço e uma experiência de qualidade para todos os usuários. Essa busca por ferramentas tecnológicas de ponta aplicadas ao setor deve ser contínua, de maneira a acompanhar não apenas o mercado como um todo, mas também as mudanças de comportamento do consumidor. No setor de mobilidade urbana, a vontade do cliente também deve estar no centro do negócio e, portanto, é imprescindível inovar e fazer melhorias conforme os feedbacks.
*Thiago Hidalgo é CEO do Consórcio 3C e um dos desenvolvedores do mobizapSP, aplicativo de transporte individual de passageiros da Prefeitura de São Paulo.
Foto: Divulgação MobizapSP