Assim como manter os pneus sempre calibrados, realizar o rodízio é fundamental para evitar seu desgaste precoce ou irregular, ampliando assim a sua vida útil e preservando o investimento realizado na hora da compra.
“Reposicioná-los periodicamente é muito importante nesse esforço de fazer com que o pneu atinja com segurança a maior quilometragem possível. A razão para esse procedimento é que o desgaste dos pneus nunca ocorre de forma simétrica”, explica Rafael Astolfi, gerente de Assistência Técnica da Continental Pneus.
Carros com tração dianteira, por exemplo, acumulam duas importantes funções: os pneus da frente são responsáveis não só pelas manobras de esterção como também tracionam. Os de tração traseira dividem melhor essas tarefas, com os pneus da frente ficando encarregados da esterção e os traseiros da tração. Já os veículos 4x4 combinam um pouco desses dois universos.
“Como a natureza do desgaste entre os eixos dianteiro e traseiro é diferente, há a necessidade de se fazer de tempos em tempos o reposicionamento entre eles”, observa Rafael Astolfi. Assim, para cada caso existem diferentes metodologias para o rodízio dos pneus. Quanto à periodicidade, a recomendação é que o rodízio seja feito a cada 5.000 km ou, no máximo, a cada 10.000 km, mesmo se não houver sinais visíveis de desgaste, pois eles muitas vezes se manifestam apenas em milímetros ou até mesmo em décimos de milímetros. Muitas vezes, uma inspeção a olho nu não vai trazer a informação necessária sobre o ritmo de desgaste dos pneus. Se esse desgaste chegar a ser visível, então está mais do que na hora de fazer o rodízio.
A tração dianteira está presente na esmagadora maioria dos automóveis vendidos no Brasil. Nesse caso, dois métodos de rodízio são recomendados. O primeiro deles, e o mais utilizado, é o Cruzamento Dianteiro. Aqui, os pneus que estão atrás vão para frente, mas invertendo o lado, com o traseiro direito ocupando o lugar do dianteiro esquerdo e o traseiro esquerdo indo para o lugar do dianteiro direito. Já os pneus dianteiros vão para trás mantendo a posição original: dianteiro esquerdo no lugar do traseiro esquerdo e o dianteiro direito no lugar do traseiro direito. Os técnicos recomendam esse procedimento quando o desgaste é maior nos pneus que rodam na frente, o que é o caso nos carros com tração dianteira. No caso de carros de tração traseira, trocam-se os pneus traseiros para frente em linha reta e os pneus dianteiros para trás de forma cruzada.
Veículos com tração nas quatro rodas pedem o Rodízio em “X”: o pneu esquerdo traseiro é substituído pelo direito dianteiro e o pneu direito traseiro pelo esquerdo dianteiro. Utilitários, modelos esportivos e de luxo, devem seguir o padrão informado no manual do proprietário, pois podem considerar outros fatores determinados pelo uso e operação do veículo. No caso dos veículos que utilizam medidas diferentes nos eixos dianteiro e traseiro, a recomendação é de se restringir a inversão ao próprio eixo: o pneu dianteiro direito trocando de lugar com o dianteiro esquerdo e o mesmo ocorrendo no eixo traseiro. Para determinados veículos pode haver a orientação do fabricante para que não seja feito nenhum tipo de rodízio. Nesses casos, é importante acatar a orientação.
O rodízio deve ser entendido pelo proprietário do veículo como um procedimento preventivo, e não corretivo. E, detalhe importante: inverter o lado do pneu na roda para compensar um desgaste irregular não é rodízio! Essa possibilidade se aplica a modelos com banda de rodagem simétrica, que não possuem distinção de design entre as duas metades do pneu. Já para pneus assimétricos, a montagem deve seguir a indicação presente da lateral: OUTSIDE lado externo e INSIDE lado interno, inviabilizando a inversão do pneu na roda.
Foto: Divulgação Continental