Apesar de queda em comparação com 2019, efeito da pandemia, setor segue em alta no país
Mesmo em ano de pandemia, muito brasileiros aproveitaram o período para investir na proteção. De acordo com a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), em 2020, 13.837 veículos foram blindados no país. Apesar de haver redução de 26,5% na comparação com 2019, quando 18.842 carros receberam a blindagem, o número revela que a busca por esse tipo de segurança segue alta no Brasil.
“Aqui, temos dois fatores para o mesmo momento vivido, de pandemia. O primeiro fator é a crise econômica que afetou todos os setores. A venda de carros caiu e isso impactou diretamente o segmento de blindagem, que também vivenciou uma queda. Isso aconteceu principalmente no segundo trimestre do ano, levando as montadoras ao erro, cancelando a importação ou produção de veículos premium. Essa estratégia gerou, inclusive, uma falta enorme de produto para o segundo semestre, no reaquecimento das vendas”, explica Marcelo Christiansen, presidente da Abrablin. Essa falta de veículos interferiu no setor de blindagem, que poderia encerrar 2020 com uma produção maior de blindagem.
Segundo o levantamento da associação, São Paulo aparece em primeiro lugar no ranking dos estados que mais blindaram, concentrando cerca de 60% da produção de 2020. Rio de Janeiro aparece em segundo, com 15% da produção de blindados, seguido por Ceará (4,9%) e Minas Gerais (4,6%). “Os demais 15,5% da produção foram distribuídos pelos demais estados do país, o que mostra a descentralização cada vez maior desse recurso de proteção”, afirma Christiansen.
Perfil do usuário de blindagem
Em 2020, 54% dos clientes eram do sexo masculino. As mulheres representaram 46% do público desse tipo de proteção. Enquanto nos homens a maioria é formada na faixa etária entre 50 e 59 anos, nas mulheres a faixa de idade que mais concentra clientes no período foi de 40 a 49 anos. No quesito ocupação, 56% dos usuários eram empresários e executivos; políticos representaram 19%; juízes 12%; e artistas 10%; os 3% restantes são formadas por diversas outras profissões ou ocupações.
Com relação aos carros mais blindados no ano passado, houve diferenças entre o primeiro e o segundo semestre. Nos primeiros seis meses do ano, os cinco carros mais blindados foram os modelos Tiguan e T-Cross, ambos da Volkswagen, seguidos pelo Jeep Compass; Volvo XC-60; e BMW 320i. Já no segundo semestre o ranking dos cinco mais blindados no país foi formado pelos veículos Jeep Compass; Tiguan; Toyota Corolla; Volvo XC-60; e T-Cross. Como tradicionalmente acontece, a blindagem mais praticada em 2020 foi a de nível III-A, que teve valor médio de R$ 61.552,00.
A Abrablin estima que a frota atual de blindados no país seja de cerca de 265 mil veículos. “Trata-se de um número expressivo, principalmente quando se fala em proteção para aplicação civil, o que coloca o país na lista dos que mais blindam no mundo”, diz Marcelo Christiansen.
Para 2021, a expectativa é de que o avanço na vacinação em massa e o controle da pandemia permitam a retomada da economia. “Dessa forma, acreditamos que seja um ano de melhora para o setor automotivo como um todo, com o retorno da venda de carros, inclusive na categoria luxo, assim como na recuperação do segmento de blindagem, gerando inclusive mais vagas de emprego”, conclui o presidente da Abrablin.