A venda de veículos eletrificados avança no Brasil, demonstrando que a confiança do consumidor brasileiro na tecnologia segue aumentando. Com mais motoristas dirigindo veículos elétricos e híbridos ou dispostos a comprar um, as dúvidas agora se voltam à manutenção, com os consumidores buscando saber o que muda em termos de cuidado dos carros comparativamente aos movidos a combustão. Segundo a Osten Motors – operação de concessionárias da Osten Group, um dos principais grupos automotivos do mercado premium –, as dúvidas dos consumidores ainda são muito frequentes, e as principais se referem à frequência das revisões, aos itens a serem inspecionados e às peças a serem substituídas.
“A eletrificação automotiva representa um novo paradigma em termos de manutenção preventiva. E os consumidores ainda estão buscando entender e se adaptar a essa mudança”, afirma Caroline Rocha, Gerente Regional de Pós-Venda da Osten Motors. No caso dos modelos 100% elétricos, ela explica que eles possuem uma quantidade muito menor de componentes mecânicos que devem ser inspecionados. Também o número daqueles que precisam ser substituídos é inferior. “Isso se reflete na menor frequência com que o veículo deve ser levado à concessionária, no tempo necessário para que o serviço seja realizado e até nas despesas envolvidas com a substituição de itens obrigatórios, que chegam a ser até 50% menores”, conta Caroline.
Ela destaca que cada montadora tem um esquema próprio de manutenção, e isso exige uma mudança no mind set dos proprietários. No caso de modelos 100% elétricos da BYD, como o Dolphin, Dolphin Mini, Yuan e o Seal, a manutenção deve ser realizada no prazo de 12 meses ou a cada 20 mil km – ou seja, o dobro do prazo indicado para os veículos a combustão.
Dolphin: BYD possui um esquema próprio de manutenção para os modelos 100% elétricos, que devem ser levados à concessionária a cada 20 mil km ou 12 meses
“Com menos itens a serem verificados e substituídos, o tempo in box é substancialmente reduzido, e o veículo fica disponível para o cliente em cerca de 2,5 horas”, informa Eduardo Santos, Gerente de Pós-Vendas da BYD Osten, ao destacar que, conforme o manual do proprietário, nas manutenções ímpares, apenas o filtro do ar-condicionado é substituído. Já nas manutenções pares, além desse filtro, são trocados apenas os fluídos de freio e de transmissão.
Já para os modelos híbridos da montadora chinesa – incluindo a linha Song, o King e o Shark –, a manutenção preventiva deve ocorrer a cada 12 mil km ou 12 meses. Santos ressalta que, embora a frequência seja menor quando comparada a veículos a combustão, o tempo de parada é praticamente o mesmo, porque o número de componentes é maior do que nos veículos elétricos.
Já nos modelos da BMW, a estratégia adotada para determinar a frequência de manutenções preventivas é diferente de qualquer outra montadora do mercado, e segue o padrão dos modelos a combustão da marca. Isso porque não há um prazo definido para a realização da revisão, e o momento adequado é indicado por meio de um software embarcado, o Condition Based Service (CBS).
BMW i3: o próprio automóvel, por meio de sensores e de conexão com o sistema central da montadora, indica quando a manutenção deve ser realizada
“A forma como o veículo é utilizado é o fator determinante do prazo para realização da manutenção”, observa Marcelo Tavares, Gerente de Pós-Vendas da BWM Osten – Barra Funda. “Se tomarmos como referência dois proprietários de um mesmo modelo de BMW que rodam cerca de 50 km por dia, a necessidade de manutenção de cada veículo será diferente, dependendo de fatores como o trajeto que eles realizam, se circulam em um centro urbano ou na estrada, e das condições do trânsito”, explica. Nesse caso, o próprio automóvel, por meio de sensores e de conexão com o sistema central da BMW, indicará quando a manutenção deve ser feita. “Em média, as paradas preventivas dos carros elétricos da BMW ocorrem a cada dois anos. Já os modelos híbridos vão realizar a manutenção de acordo com o CBS pelo menos uma vez por ano, variando um pouco de acordo com a forma de utilização do veículos”, afirma.
A maneira como o veículo é utilizado também é um fator determinante do tempo que ele ficará parado no box. Tavares conta que há proprietários de modelos híbridos que abastecem muito pouco seus veículos, optando por rodar com energia elétrica. “Nesses casos, a vida útil dos componentes do motor a combustão é prolongada, diminuindo a frequência da sua substituição e, consequentemente, reduzindo a estadia na concessionária. Tudo isso é determinado por software, que analisa e define o melhor momento para que a manutenção ocorra.”
Uma dúvida frequente, entre os motoristas de veículos eletrificados, de qualquer que seja a montadora, refere-se às configurações do carro. Embora o proprietário receba todas as informações quando retira o veículo da concessionária, as dúvidas surgem com o passar dos dias.
Eduardo Santos, Gerente de Pós-Vendas da BYD Osten, afirma que as dúvidas sobre as configurações do carro respondem pela maior parte das vezes que o cliente do veículo eletrificado busca o pós-vendas. “Os carros elétricos são como os telefones celulares: no uso diário, apenas as funções básicas são necessárias. Por isso, surgem dúvidas quando o cliente quer acessar um recurso adicional.”
Embora as interfaces estejam cada vez mais amigáveis, nem todo mundo tem a mesma facilidade. Santos conta que as dúvidas vão desde uma luz que não acende em determinada situação, ao travamento das portas, que não ocorre como desejado, até o controle do ar-condicionado. “As montadores atualizam frequentemente a interface com os usuários para simplificar o acesso a todas as funcionalidades disponíveis. Mas, se mesmo assim, o cliente tiver alguma dificuldade ao navegar na central multimídia, basta procurar uma concessionária Osten que nossos consultores terão muito prazer em ajudar no que for preciso”, conclui.