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Especialista em combustíveis explica por que o preço varia entre as regiões brasileiras
Localização das refinarias, capacidade de oferta e dependência do modal rodoviário estão entre os principais fatores que influenciam o valor final nas bombas
Por Administrador
Publicado em 22/10/2025 12:06
Mercado
Divulgação Gasola

De acordo com informações da Petrobras, com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel S-10 no Brasil, considerando o período de 28 de setembro a 4 de outubro, está em R$6,06. Esse valor é resultado da soma de diversos componentes: parcela da Petrobras, impostos federais e estaduais, custo do biodiesel e margens de distribuição e revenda.
Dessa forma, o preço final pode variar significativamente de estado para estado e entender essas diferenças é muito importante para o planejamento logístico das empresas, já que o combustível impacta diretamente no custo de transporte e, consequentemente, no preço final dos produtos ao consumidor.
Segundo o especialista em combustíveis do Gasola, empresa de tecnologia que atua na gestão e monitoramento de consumo de combustíveis, Vitor Sabag, três fatores principais explicam essas diferenças regionais: a localização das refinarias, a capacidade de oferta e a dependência do modal rodoviário.
Cada um deles exerce influência direta sobre o custo e a disponibilidade do combustível nas diferentes regiões do país. “As variações regionais no preço do combustível afetam diretamente o planejamento das rotas porque é preciso considerar onde estão os melhores preços para abastecer. As empresas podem realizar planejamentos para abastecimentos mais eficientes dentro da rota, já que muitas vezes o veículo anda por vários estados, podendo assim se aproveitar do abastecimento no ponto mais benéfico, explica.
O impacto da presença de refinarias privadas na concorrência e na formação de preços ainda é bastante regionalizado. Um bom exemplo disso é a Bahia. O estado conta com apenas uma refinaria, que antes era operada pela Petrobras e hoje está nas mãos de um agente privado. “Essas empresas praticam ajustes com maior frequência, o que faz com que os preços variem mais nessas regiões. Na Bahia, por exemplo, há revisões semanais de preço, o que torna o valor do combustível mais sensível às oscilações do mercado”, explica Sabag.
Ele afirma que neste caso, o que aconteceu foi a troca de um monopólio estatal por um monopólio privado, o que não garante, por si só, mais concorrência nem preços mais justos. Para que haja, de fato, uma melhora na competitividade e na formação de preços, seria necessário atrair novos players e instalar novas refinarias em diferentes regiões do país.
O segundo fator de relevância refere-se às regiões que não possuem capacidade suficiente de refino para atender sua própria demanda. “No Nordeste, por exemplo, há uma dependência maior da importação de diesel. Como o volume produzido localmente não supre o consumo, boa parte do combustível é importado e isso o torna mais vulnerável às variações do preço internacional e a cotação do dólar”, conta.
A terceira questão determinante é o custo logístico. De acordo com Sabag, regiões como o Centro-Oeste não possuem refinarias. “O combustível precisa ser transportado de outras regiões ou portos de importação, geralmente por caminhões, o que aumenta o custo de frete e encarece o preço final”.
O especialista destaca que o cenário é diferente no Sudeste, onde há maior concentração de refinarias. “A região produz mais do que consome, o que garante preços mais competitivos e estabilidade maior. Além de atender a demanda local, o Sudeste ainda consegue abastecer outras regiões do país”.
No caso das viagens de longa distância, estar atento às diferenças regionais pode ajudar a planejar melhor onde abastecer e otimizar custos. Já para o transporte de mercadorias, essas variações impactam diretamente o valor do frete e a competitividade das operações logísticas.
O especialista explica que o transporte rodoviário continua sendo o principal modal de distribuição de combustíveis no Brasil, principalmente no trecho final entre distribuidoras e postos. “Planejar rotas considerando o preço do combustível em cada região pode fazer diferença significativa no resultado final das viagens e no orçamento das empresas”.
Apesar disso, já existem movimentos para diversificar essa logística e reduzir custos. O uso de dutos, por exemplo, é uma alternativa mais eficiente na transferência de produtos entre refinarias e distribuidoras, mas ainda é limitado e pouco explorado no país. Além disso, há projetos em andamento para fortalecer outros modais, como a cabotagem, que vem ganhando impulso com o programa BR do Mar, e as ferrovias, com concessões e investimentos para integrar portos, centros consumidores e polos de produção.
Sabag afirma que a principal estratégia é unir tecnologia e processos. Monitorar e negociar continuamente os preços com os postos é essencial, assim como acompanhar indicadores, como os preços em cada ponto de abastecimento e de consumo, como o KM/L. “Dessa forma, a empresa consegue planejar melhor onde abastecer, equilibrando o custo por litro de cada região do país, com a eficiência dos veículos, o que reduz o impacto das variações regionais e garante o menor custo possível em cada rota”.
Para o especialista, no mundo ideal, os preços dos combustíveis seriam livres e a concorrência entre os players garantiria um mercado equilibrado, onde os valores se ajustam naturalmente conforme oferta e demanda. Mas essa ainda não é a realidade no Brasil. “A Petrobras continua com uma parte muito grande do mercado e, por isso, tem força para segurar preços, como vem acontecendo nos últimos quatro meses, mesmo com aumentos no mercado internacional.As variações de preço entre as regiões não são, necessariamente, negativas. Elas refletem diferenças reais de logística, estrutura tributária e até de estratégia comercial”.

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