Helsinque (Finlândia) alcançou um feito histórico: um ano inteiro sem mortes no trânsito. O resultado, fruto de políticas públicas integradas e uso massivo de tecnologia, mostra que cidades mais seguras são possíveis. No Brasil, embora o desafio seja maior, especialistas defendem que as ferramentas de ITS (Sistemas de Transporte Inteligente) já disponíveis podem acelerar essa transformação.
“Cidades inteligentes e seguras não são utopia. Com câmeras inteligentes, análise de tráfego em tempo real, algoritmos de predição e plataformas integradas de gestão, é possível reduzir drasticamente os índices de acidentes”, afirma Marco Meirelles, especialista em trânsito inteligente e gerente comercial & marketing do Grupo Pumatronix, referência nacional em tecnologias para monitoramento viário e sistemas inteligentes de transporte (ITS).
Segundo o executivo, a tecnologia atua em duas frentes: prevenção e resposta rápida. E a Inteligência Artificial (IA) tem um papal fundamental nisso.
“Por meio da AI conseguimos identificar padrões de risco antes que o acidente aconteça. Já a análise em tempo real dá às autoridades a capacidade de reagir de forma imediata a incidentes, otimizando recursos e salvando vidas”, explica Meirelles.
As cidade chegou a esse resultado porque combinou três pilares:
- Planejamento urbano inteligente – reduziram a velocidade máxima em áreas críticas, redesenharam cruzamentos perigosos, priorizaram ciclovias e calçadas largas;
- Políticas públicas consistentes – forte investimento em transporte público, incentivo à mobilidade ativa (bicicletas e pedestres) e fiscalização rigorosa;
- Uso de tecnologia – câmeras, sensores, ITS e sistemas de monitoramento que coletam dados em tempo real, permitindo prever riscos e agir antes que os acidentes aconteçam;
Ainda que o Brasil enfrente obstáculos como a extensão territorial e a complexidade viária, Meirelles acredita que a inovação é um caminho viável para resultados concretos.
“Quando combinamos educação no trânsito, planejamento urbano e tecnologia, podemos sonhar em atingir índices próximos de zero em fatalidades, assim como Helsinque, já mostrou ser possível. O futuro do trânsito está em sistemas cada vez mais integrados, capazes de transformar dados em decisões inteligentes. Assim que podemos avançar rumo a um trânsito mais humano, eficiente e seguro para todos”, salienta Meirelles.