Os preços da gasolina e do diesel no Brasil são influenciados por uma série de fatores que vão desde a produção até a distribuição e consumo. Como explica Vitor Sabag, especialista em combustíveis do Gasola – empresa de solução multifuncional que automatiza a gestão de abastecimento –, a formação dessa precificação envolve tanto aspectos nacionais, como os custos de produção interna, quanto internacionais.
“Quando nós ouvimos a famosa frase ‘o petróleo é nosso’, de fato, ele nos pertence. Porém, o Brasil não é autossuficiente na produção de combustíveis, sendo necessária a importação de produtos para o atendimento do mercado interno”, comenta Sabag.
Como comenta o especialista, após o refino, o combustível precisa necessariamente passar por distribuidoras de combustíveis, até que chegue aos consumidores finais. O custo de transporte, armazenagem e margem de lucro das distribuidoras e dos postos também entram no preço final, além do valor do frete, que é previamente calculado e pode sofrer alterações por conta de adversidades logísticas.
Outro fator que influencia os custos dos combustíveis no país é a carga tributária. Os três principais impostos sobre o produto são o PIS e o Cofins, dois impostos federais que incidem sobre o preço da gasolina e do diesel; e o ICMS, uma tributação estadual que varia de acordo com cada Unidade Federativa.
O preço do petróleo nas bolsas estrangeiras é outro aspecto que tem um impacto direto nos custos da gasolina e do diesel, visto que o petróleo é cotado em dólares, pois a Petrobras possui ações na bolsa e comercializa o produto com o mercado externo.
Como explica Sabag, conflitos internacionais também podem interferir no preço final presente na bomba. “A concorrência entre as distribuidoras e os postos de combustíveis, bem como a oferta e demanda no mercado, também afetam o preço final. Quando a demanda é alta, como em períodos de pico de consumo, o preço pode ser ajustado para cima. Se a oferta for grande ou a demanda diminuir, o preço tende a cair. Assim como quando há conflito de interesses entre governos ou guerras, que dificultam o transporte, a venda internacional e encarecem o produto.”
Por fim, Vitor pontua que, apesar de ter apresentado os principais fatores influentes, as variações podem ser diversas e estarem ligadas por quesitos como o preço do petróleo, impostos, custos de refino, transporte e distribuição, além da política de preços da Petrobras e variações cambiais. “Portanto, esse amplo e mutável conjunto pode levar a transformações constantes no preço final pago pelo consumidor”, finaliza.
Imagem: Divulgação