Nos últimos anos, o mercado de seguros para veículos elétricos tem se destacado, especialmente com o crescimento das vendas. Segundo dados da Vixtra, em parceria com a Secretaria de Comércio Exterior, somente de janeiro a julho de 2024, as importações de veículos elétricos no país movimentaram cerca de US$ 1 bilhão, um crescimento de 931% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Segundo a Suhai Seguradora, os seguros para carros elétricos, em geral, oferecem as mesmas coberturas que os seguros para veículos a combustão, incluindo proteção contra roubo, furto, perdas totais ou parciais por colisão, danos a terceiros e assistência 24 horas. No entanto, as seguradoras precisam estar preparadas para atender às especificidades dos veículos elétricos, como a assistência técnica voltada para suas características únicas. “O risco de perdas totais por colisão, por exemplo, ainda está sendo avaliado pelas seguradoras, já que pode haver uma maior incidência devido ao alto custo das baterias ou da estrutura do chassi. Uma colisão que causaria ‘dano parcial’ em um carro à combustão pode resultar em ‘perda total’ em um carro elétrico”, comenta Jorge Martinez, diretor de Produtos da Suhai Seguradora.
Martinez ressalta que, especialmente quando os veículos elétricos atingem cinco anos de uso, a importância do seguro se torna ainda mais evidente. Com o passar do tempo, os riscos associados a esses automóveis tendem a se acentuar, incluindo a possibilidade de incêndios e falhas nos sistemas elétricos. Após esse período, as baterias podem começar a apresentar desgastes, aumentando a vulnerabilidade a incidentes. Portanto, um seguro adequado não apenas oferece proteção financeira em casos de sinistros, mas também proporciona tranquilidade aos proprietários, sabendo que estão resguardados contra imprevistos que podem surgir à medida que seus veículos envelhecem.
Preços
Inicialmente, o custo do seguro para veículos elétricos tende a ser ligeiramente inferior ao dos modelos a combustão semelhantes. Isso se deve principalmente ao fato de que os carros elétricos, por serem mais novos, apresentam um risco menor de roubo e furto, reduzindo a incidência de sinistros, e a concorrência no mercado de seguros, uma vez que nem todas as seguradoras conseguem atender às demandas de veículos elétricos ainda.
Além disso, os veículos elétricos tendem a ter um custo de reparação mais baixo, devido à menor complexidade mecânica e à durabilidade das peças. Com a evolução da tecnologia e o aumento da aceitação dos veículos elétricos, os consumidores podem esperar uma redução ainda maior nos prêmios de seguro, tornando essa opção não apenas sustentável, mas também economicamente viável. Esse cenário não só beneficia os proprietários, mas também contribui para uma maior adoção de práticas ambientalmente responsáveis.
Um comparativo prático mostra essa tendência:
- BYD Dolphin Mini (Elétrico) – 2024 – Fipe R$ 105.988,00: Custo anual do seguro: R$ 2.348,45 = Taxa: 2,21%
- JAC e-JS1 62cv 5p Aut. (Elétrico) – 2024 – Fipe R$ 117.545,00: Custo anual do seguro: R$ 2.763,33 = Taxa: 2,35%
- GM Tracker 1.0 Turbo 12V Flex Aut. (Combustão) – 2024 – Fipe R$ 108.260,00: Custo anual do seguro: R$ 2.840,92 = Taxa: 2,62%
- VW T-Cross Sense 1.0 TSI Flex 5p Aut. (Combustão) – 2024 – Fipe R$ 108.422,00: Custo anual do seguro: R$ 2.744,90 = Taxa: 2,53%
Jorge destaca que ao escolher um seguro para carro elétrico, os consumidores devem considerar as mesmas variáveis que para veículos a combustão. “Levamos em conta as coberturas necessárias, o uso que será dado ao veículo e a região onde ele será utilizado, além do preço. Na Suhai, a carteira de veículos elétricos aumentou cerca de 100%, a partir de uma base pequena em 2023, o que mostra que o futuro dos seguros para esse segmento parece promissor, e reflete uma transformação constante no mercado automotivo do Brasil”.
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