O governo federal brasileiro está prestes a tomar uma medida significativa no setor automobilístico do país. Conforme informações obtidas junto à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a isenção de imposto de importação para carros elétricos e híbridos, em vigor desde 2016, está com os dias contados. O objetivo dessa mudança é conter a "invasão chinesa" que tem afetado o mercado e as vendas de fabricantes locais.
Há uma crescente preocupação entre as montadoras instaladas no Brasil devido à inundação de veículos produzidos na China pelo segundo ano consecutivo. Essa crescente resultou em uma queda significativa nos preços dos produtos nacionais e, consequentemente, nas vendas das montadoras locais. De acordo com representantes do setor automotivo, a única saída viável seria o retorno da taxa de importação de modelos elétricos.
A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) relata que, recentemente, houve 9.351 emplacamentos de carros elétricos, representando um crescimento de 25% em relação ao recorde anterior, estabelecido no mês de julho, e um impressionante aumento de 120% em comparação com agosto do ano anterior.
"A popularização dos veículos elétricos no Brasil é um passo importante para a sustentabilidade e a redução das emissões de carbono. No entanto, é fundamental encontrar um equilíbrio que proteja o mercado nacional, ao mesmo tempo em que não inviabilize a aquisição desses modelos devido ao aumento nos preços", comenta Luca Cafici, CEO da InstaCarro.
Além do anúncio sobre o retorno gradual do imposto de importação ao longo dos próximos três anos, o governo também planeja publicar as normas da segunda fase do Rota 2030. Essas normas têm como objetivo tornar as regras de emissões e eficiência de veículos novos mais restritivas.
A implementação desse imposto visa equiparar o mercado nacional com o importado, afetando principalmente os modelos chineses que têm ganhado espaço no Brasil nos últimos tempos.
"A medida tem seus lados positivos e negativos. Ela visa proteger o mercado nacional e incentivar a produção local, mas também pode refletir na queda das vendas de veículos elétricos devido ao aumento de seus preços. É preciso que esse movimento seja muito bem calculado", acrescenta Luca Cafici.
Com essa decisão iminente, o governo brasileiro busca reequilibrar o mercado automobilístico, enfrentando os desafios que surgiram com a crescente popularidade dos veículos elétricos e híbridos no país. A medida será acompanhada de perto pela indústria automotiva e por consumidores que buscam opções mais sustentáveis de mobilidade.
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