No meio ambiente, o Brasil possui meta na redução de emissões de carbono em 50% até 2030, prometido na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26). Entretanto, essa e outras promessas não dependem apenas do governo brasileiro, mas também de organizações e empresas privadas. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), nos últimos anos, cada vez mais brasileiros têm experimentado hábitos que visam cuidados com o meio ambiente. Cerca de 23% afirmam que a mudança de comportamento é devido a preocupações ambientais.
Outros 41% acreditam que essas mudanças são definitivas. Durante o encontro global da COP27 conhecida como a “COP das Empresas”, Sanda Ojiambo, secretária-geral adjunta e CEO do UN Global Compact, enfatizou a importância da ação do setor privado para enfrentar a crise climática: “Temos menos de 10 anos para mudar o mundo para uma trajetória de 1,5°C [...] O Pacto Global da ONU espera continuar nosso trabalho com empresas de todo o mundo para acelerar nossa transição para o net-zero”.
Para Fernanda Veneziani, coordenadora da comissão de sustentabilidade do SETCESP (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região), as ações do setor de transportes são pertinentes, uma vez que todos são incluídos no cumprimento da Agenda de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) até 2030 no Brasil. “A busca por fontes renováveis de energia visando não só eliminar, mas um caminho que começa com o reduzir e compensar as emissões dos GEE (Gases de Efeito Estufa), é onde as empresas do TRC podem ter seu maior foco.
A indústria automobilística vem investindo maciçamente na criação de veículos com maior eficiência no que tange a motores com combustíveis fósseis, focando na redução das emissões, além de veículos elétricos e movidos a biocombustíveis” enfatiza a coordenadora.
Para além do meio ambiente, a sustentabilidade empresarial visa a redução de custos de produção, uma vez que os colaboradores passam a pensar a não gastar tantos recursos. Dessa forma, enfrentarão o desperdício de recursos naturais. Empresas, como as do setor de transporte de cargas, buscam cada vez mais ser menos poluentes visando a agenda ESG (sigla para questões ambientais, sociais e de governança), com mais atenção e preocupação. A busca por eventos e conhecimentos relacionados à sustentabilidade também é um fator crucial no mercado, uma vez que empresas que desenvolvem boas práticas voltadas ao meio ambiente tendem a ser mais bem-vistas pelos consumidores.
Como no caso do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região (SETCESP) que criou em 2014 o “Prêmio de Sustentabilidade”. O objetivo é reconhecer e destacar as empresas de transporte associadas à entidade que reduzem os impactos ambientais, geram desenvolvimento social e econômico e que prezam pela segurança viária e do trabalho de seus colaboradores.
Este ano o prêmio está em sua 9ª edição e bateu recorde de inscrições. São 69 projetos e 38 empresas participantes, e de acordo com informações da organização do prêmio essas instituições representam 34.872 veículos na frota e 68.740 colaboradores. Ainda segundo Veneziani, conhecer o que vem sendo feito pelas empresas e buscar aquilo que cabe dentro de cada negócio é um excelente começo.
“Neste momento ainda esbarramos em muitas questões práticas envolvendo custos, viabilidade logística e de abastecimento, mas existem setores do transporte específicos que já conseguem operar dessa forma e essa é uma grande contribuição. O E-Book de Boas Práticas de Sustentabilidade que está disponível no portal do Prêmio no site do Setcesp traz um guia completo de ações elaboradas por todos os tipos e tamanhos de transportadoras que podem inspirar um primeiro passo para quem se interessar.”, finaliza Fernanda.
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