Um levantamento elaborado pela KPMG elencou cinco desafios que o setor automotivo está enfrentando no que diz respeito à viabilização de uma economia circular de baterias de veículos elétricos. O documento cita que montadoras e fabricantes desses produtos estão lidando com fatores como fornecimento crítico e produção de bateria, aumento das taxas de coleta desse insumo, processos de reciclagem de custo proibitivo, barreiras e limitações para novos mercados e projetos de bateria não otimizados para circular economia.
“O aumento no mercado de baterias de carros elétricos depende de uma mudança significativa para uma economia circular. Esses fabricantes devem adquirir ou colaborar com empresas que oferecem soluções econômicas. A padronização de tipo de bateria, circularidade por projeto e informações de fim de uso serão a chave para a implementação de projetos que levem em conta a adoção de veículos elétricos”, analisa o sócio-diretor líder do segmento automotivo da KPMG no Brasil, Ricardo Roa.
O documento da KPMG mostrou ainda as ferramentas e estratégias que as montadoras podem adotar para possibilitar a rápida adoção de baterias sustentáveis de transporte de carros elétricos e como elas podem explorar novos modelos de negócio de economia circular e aumentar a colaboração com outros participantes.
"O desafio não é somente a falta de padronização do desenho das baterias que limita restringe a reciclagem o reciclamento e a reutilização destas, mas também os esses processos de fabricação devem também incorporar eficiência energética e energias renováveis e eficiência. No setor automotivo, pretende-se permitir viabilizar uma economia circular eficaz e eficiente para as baterias de veículos elétricos, reduzindo assim o impacto ambiental do fim de vida útil delas”, finaliza o sócio-diretor de consultoria em ESG da KPMG no Brasil, Felipe Salgado.
Os cinco desafios são os seguintes
1 - Fornecimento crítico e produção de bateria - A produção de alguns destes metais, como níquel, neodímio, cobalto e lítio teria que aumentar em até três vezes para atender a projeção global demanda de veículos elétricos nos próximos dez anos. Aumentar a produção requer investimento significativo e a promoção de uma economia circular para baterias pode resolver parcialmente o fornecimento de materiais críticos da bateria no curto prazo.
2 - Aumento das taxas de coleta de baterias - A taxa de coleta de baterias de íons de lítio é baixa e apenas uma fração são armazenados (o correto não seria “uma fração é armazenada”?) nas casas dos consumidores e coletada como lixo eletrônico. O percentual de baterias que são devolvidas nos próximos anos aumentará em 20% e uma consequência direta será a coleta obrigatória, o que afetará o toda a cadeia de valor da bateria.
3 - Processos de reciclagem de custo proibitivo - Embora a ampliação dos processos de reciclagem possa ajudar reduzir os custos de transporte da bateria, estes deverão aumentar, nos próximos anos, devido à falta de capacidade de reciclagem necessária.
4 - Barreiras e limitações para novos mercados - É necessária uma estratégia de economia circular mais holística para acompanhar a demanda por baterias. Mesmo que algumas soluções de reaproveitamento possam ser sinérgicas, esse movimento exigirá desenvolvimento novos canais de vendas e mercados para onde esses resíduos podem ser direcionados.
5 - Projetos de bateria não otimizados para circular economia - A variedade de tamanhos de baterias, composições químicas e os designs tornam difícil o processo de reciclagem, reforma e reutilização. A falta de padronização do produto é uma das barreiras para o reaproveitamento.
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