A capacidade de produzir energia limpa em larga escala, que caracteriza o setor sucroenergético brasileiro, contrasta com muitos desafios. Se por um lado, o mercado mundial de etanol pode atingir quase US$ 156 bilhões até 2030, segundo estimativa da consultoria Precedence Research, há questões a equacionar no presente e que envolvem altos custos de produção. “Nos últimos cinco anos, o custo operacional sofreu aumentos consecutivos nos negócios em que há consumo de derivados de petróleo”, observa Antonio Ticianeli, especialista em energia e CEO da ecomanda Américas. No setor sucroenergético, destaca o engenheiro, os combustíveis representam o segundo maior custo, atrás apenas dos insumos.
O combustível consumido na produção sucroenergética tem lugar de destaque no topline do orçamento corporativo das empresas. Em primeiro, vêm os insumos. Na segunda posição, os combustíveis. Em terceiro lugar figura a demanda salarial, que também tem peso significativo no agronegócio.
Entre 2018 e 2022, o preço do barril de petróleo teve uma variação de cerca de 50%, chegando a 97% para o diesel. “Quando olhamos indicadores como IPCA e IGPM, constatamos que a correção máxima foi de 37%. Ou seja, em termos de custo, estamos diante de um grande déficit”, diz Ticianeli. “E isso impacta diretamente o estímulo à produção”.
Há um empenho efetivo das empresas do setor para equacionar o orçamento e alcançar eficiência, em busca de contribuições econômicas e ambientais. Os produtos com essa pegada ecológica acabam ganhando mais protagonismo nesta hora.
“Já no início do uso do X-tivator, aditivo de tecnologia Suíça, é possível perceber a curva de redução de combustível, que passa a gerar um ganho muito grande, especialmente porque o aditivo proporciona uma margem de lucro do investimento de 70%. Ou seja, para cada R$ 1 que é investido, há um payback de R$ 0,70”, explica.
O especialista destaca também a geração adicional de crédito de carbono para as empresas. Segundo Ticianeli, o governo brasileiro tem realizado várias ações neste sentido. Uma dessas iniciativas é o RenovaBio, que visa expandir a produção de biocombustíveis, fundamentada na previsibilidade e sustentabilidade ambiental, econômica e social. “A lei incentiva a geração de crédito de carbono para ser adquirido pelos distribuidores de combustíveis, uma vez que é necessário cumprir as metas ambientais estabelecidas pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética)”, afirma.
De acordo com o CEO da ecomanda Américas, iniciativas como o RenovaBio vêm surtindo efeito ao estimular empresas de agrobusiness a procurarem soluções ambientais que auxiliem na eficiência energética das fazendas e que revertam na geração de crédito de carbono. “Quando a empresa aumenta a eficiência energética, começa a ter mais ganhos ambientais. O crédito de carbono é escriturado na Bolsa de Valores e adquirido por companhias que são obrigadas a se descarbonizarem. E o X-tivator, sem dúvida, é uma ferramenta importante neste mecanismo”, finaliza Antonio Ticianeli.
Foto: Divulgação Ecomanda