Com a temporada de cruzeiros nacionais e internacionais, sabia como é realizada a mecânica preventiva em navios de mais de 300 metros de comprimento e 100 mil toneladas
Viagem dos sonhos para muitos turistas, um cruzeiro pode proporcionar muitas alegrias e diversão aos passageiros. As embarcações enormes, com mais de 300 metros de comprimento, contam com diversos decks contendo piscinas, restaurantes variados, cassino, teatro e muitas atrações.
Segundo o Ministério do Turismo, a temporada de cruzeiros 2022/2023 será a maior dos últimos 10 anos, com duração de cerca de seis meses. Os mares brasileiros contarão com nove embarcações e 780 mil leitos, número 47% maior do que o período pré-pandemia, quando foram ofertados 530 mil leitos.
Mas para manter toda a diversão a bordo funcionando e movimentar as mais de 100 mil toneladas para os pontos turísticos são necessários motores específicos e únicos, diferente de motores presentes em outros meios de transporte.
“Existem diferenças entre os motores de automóveis e embarcações, principalmente quanto às dimensões de um motor de navio, eles possuem equipamentos específicos, consequentemente funcionalidades específicas para lubrificação de equipamentos", comenta Pablo Bueno, engenheiro mecânico da YPF Brasil.
Os navios e cruzeiros possuem uma praça de máquinas, um local, com dois ou mais andares, destinados ao armazenamento de todas as peças e dispositivos que possibilitam o funcionamento da embarcação. Neste local é possível encontrar, por exemplo, o motor principal, as máquinas de pressurização, o eixo rotacional - responsável por dar movimento às hélices do navio, entre outros equipamentos.
Toda a gestão da praça é feita através do CCM (Centro de Controle de Máquinas), onde um ou mais operários controlam as bombas, o motor, os geradores e as turbinas do navio. No CCM, esses tripulantes são responsáveis pelos parâmetros do motor, sempre verificando sua funcionalidade, inclusive sua lubrificação.
Lubrificação no motor de um navio
“A lubrificação de um motor de navio, devido ao seu tamanho e também ao combustível utilizado, tem algumas particularidades. A lubrificação ocorre tanto no motor quanto nos cilindros; para cada compartimento é utilizado um lubrificante específico”, diz Bueno.
O processo de lubrificação se inicia “ao partir” do navio, dois pontos são importantes na ignição:
- Ligar a bomba de lubrificante: responsável pela total lubrificação do motor durante seu percurso.
- Verificação do lubrificador dos cilindros: Peça ligada ao funcionamento dos cilindros. Para o funcionamento do lubrificador, um processo manual precisa ser feito por um dos operários da praça de máquinas.
A necessidade de graxa nos compartimentos
Além do óleo lubrificante, a utilização de graxas é muito necessária na operação de uma embarcação. Cabos, guias, rolamentos, compressores, basculantes e uma infinidade de equipamentos que utilizam graxa.
“Tanto o óleo lubrificante quanto a graxa são específicas para cada local de utilização. Cada produto conta com sua composição e formulação. A YPF possui uma linha marítima em parceria com a Gulf Marine, que desenvolve produtos de alta qualidade e performance nos sistemas de embarcações”, afirma o engenheiro mecânico.
O navio também troca de óleo?
A substituição depende de alguns fatores, como distância percorrida e combustíveis utilizados. São feitos testes específicos para saber o residual de combustível impregnado nos cilindros, o resultado pode ser determinante para a substituição do óleo.
Com base nos estudos feitos através de manutenções periódicas essa substituição ocorre de maneira eficiente para que não aconteçam problemas de quebra ou eventualmente interrupção da viagem.
“O processo de substituição do óleo é feito de forma controlada. O lubrificante é retirado e armazenado em local específico, nunca lançado ao mar. A YPF respeita e reitera a importância do cuidado com a fauna e flora marinha”, finaliza Pablo.
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