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Mototáxis clandestinos operam há 1 ano sem fiscalização em BH
Publicado em 30/11/2022 09:13
Mobilidade

Em outubro de 2021, quando os serviços de aplicativo começaram a oferecer transporte de passageiros em motos em BH, a Prefeitura anunciou que faria um estudo, em parceria com a BHTrans, para adotar medidas de regulamentação e fiscalização do serviço. Um ano depois, sem nenhum resultado apresentado, os chamados mototáxis clandestinos seguem operando sem serem incomodados pela fiscalização.
Questionada, a Prefeitura informou, nessa semana, que o serviço ainda não é regulamentado e que, portanto, não é permitido em Belo Horizonte. Em nota, a administração informou que “mediante a oferta do transporte de passageiros por motocicletas, estão sendo analisadas e estudadas medidas para a regulamentação e fiscalização do serviço na capital”.
O diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra, considera a resposta insatisfatória para o perigo que o serviço representa. “Esses profissionais precisariam passar por um treinamento adequado, que ensinem procedimentos de segurança para transportar passageiros, mas isso não acontece. O serviço não é permitido e precisa ser impedido. Do jeito que está as empresas estão lucrando livremente enquanto colocam em risco a vida dos ocupantes dessas motocicletas”, diz.
Segundo dados do Hospital João 23, de janeiro a outubro deste ano, quase quatro mil (3.922) ocupantes de motocicletas foram atendidos após se envolverem em acidentes de trânsito. “Notoriamente, o maior número de atendimentos se refere justamente aos ocupantes de motos. Segundo o levantamento do hospital, 965 ocupantes de automóveis, 900 pedestres e 295 ciclistas foram atendidos no período. Isso é prova suficiente da urgência em criar políticas públicas voltadas a melhorar a segurança dessas pessoas, já que o número de motocicletas vendidas cresce ano a ano”, observa o especialista.

Desrespeito
Casos de desrespeito às normas do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e de risco para passageiros são cenas comuns presenciadas nas ruas e avenidas da região metropolitana de BH. E, agora, também estão se tornando frequentes nas redes sociais.
Recentemente viralizou na internet um vídeo que mostra uma passageira se recusando a descer de uma moto porque o motorista do aplicativo se recusou a transportá-la por falta de segurança. As imagens mostram o motorista narrando que interrompeu a corrida porque, por duas vezes, a passageira, que carregava uma enorme sacola, quase provocou uma queda. “A corrida com aquela sacola nem deveria ter sido aceita. Transportar pessoas em motocicletas com carga é prática proibida pelo CTB”, afirma Alysson Coimbra.
O chef de cozinha Cassiano Mafra sentiu na pele os riscos que esse tipo de transporte pode oferecer ao motociclista e passageiro. No início de agosto ele estava em uma corrida por aplicativo de moto quando, na BR-381, perto de Contagem, o pneu da motocicleta estourou e os dois caíram. “Não sei dizer ao certo o que aconteceu. Perdemos o controle e caímos no meio da BR. Por sorte não me machuquei, mas o motociclista se machucou. A nossa sorte foi que o trânsito estava lento e a velocidade não estava alta”, lembra.
Mafra conta que começou a usar o aplicativo de transporte por motos por causa da economia de tempo e dinheiro. No entanto, depois do acidente, ele deixou de usar o app para deslocamentos longos e que passem por rodovias. “Eu só sofri uns arranhões, mas o motorista se machucou mais e teve que resolver tudo sozinho porque a Uber não prestou nenhum tipo de assistência. Eu estranhei ninguém ter entrado em contato comigo e até enviei uma gorjeta para o rapaz porque eu vi que ele estava preocupado”, relata Mafra.

Risco de Covid
Outro risco é a contaminação por vírus, principalmente a Covid. "Estamos em um período em que os casos de Covid voltaram a crescer e nesse tipo de transporte é comum o compartilhamento de capacetes entre os passageiros. Sem dúvida isso é um perigo a mais a quem usa esse tipo de transporte que já deveria ter sido impedido pelo Município”, completa Coimbra.

Foto: Reprodução

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