A Confederação Nacional do Transporte (CNT) acaba de lançar um report chamado Pesquisa CNT Perfil Empresarial – Transporte Rodoviário de Cargas trazendo uma minuciosa análise sobre o panorama do transporte de cargas e logística no Brasil e como os diversos setores que compõem a categoria têm lidado com as crises financeiras e constantes mudanças de cenários.
Entre os objetivos do report está entender quais são os principais entraves enfrentados pelas empresas e como divulgar informações relevantes em termos de gestão das empresas, em diferentes níveis, que auxiliem tanto agentes internos como externos a tomarem decisões mais assertivas em prol dos negócios.
Um dos principais pontos citados na pesquisa da CNT é como a tecnologia tem sido fundamental no aprimoramento da gestão e como ela atua diretamente nos vários setores das empresas, trazendo integração, agilidade e aumentando a lucratividade das operações.
“O relatório com o perfil empresarial, feito com a coleta de dados de muitos profissionais e empresas de TRC [Transporte Rodoviário de Cargas], mostrou como o perfil de gestão nas empresas tem mudado nos últimos anos e como os sistemas inteligentes de gestão têm sido um dos principais fatores na sobrevivência dessas empresas”, diz Paulo Raymundi, CEO da Gestran, empresa curitibana que desenvolve ERP e softwares voltados à gestão de transportes.
Para entender o funcionamento de uma plataforma de gestão de frota, é preciso levar em consideração os diferentes níveis de atuação da tecnologia. Assim, existem sistemas que atuam sobre partes específicas, como monitoramento e rastreamento, controle de consumo de combustível, controle de pneus, e até sistemas mais robustos, como ERPs completos, que integram todas as partes das transportadoras, desde o setor contábil e fiscal até mesmo a gestão de pessoas e índices de desempenho.
A pesquisa aponta que 91,6% fazem uso de softwares de rastreio de veículos, enquanto 39,7% já têm utilizado softwares de roteirização. Esse tipo de tecnologia permite traçar as melhores rotas de entrega com base em uma série de análises que levam em conta a menor rota, gastos com combustível e pedágios e até mesmo rotas mais seguras, com o intuito de evitar locais com maior propensão ao roubo. “Aqui, na Gestran, utilizamos geolocalização, Inteligência Artificial e Big Data para analisar as rotas que sejam mais lucrativas para as empresas”, explica Raymundi.
Em relação às soluções mais completas, 20% das empresas têm softwares e plataformas de gestão integradas, e normalmente são empresas de médio e grande portes, onde se destacam as ferramentas destinadas à melhoria da qualidade no ambiente de trabalho e à melhoria contínua de processos e produtos.
Outro ponto que a tecnologia também influencia é nos gastos com insumos. Entre os maiores custos operacionais de maior impacto nos gastos das empresas estão: o combustível (81,5% dos entrevistados), a mão de obra (11,2%) e a manutenção dos veículos (3,0%). A Gestran, por exemplo, tem um módulo que, além de buscar o melhor preço de combustível, também promove “leilões” em busca de melhores negociações, sendo, inclusive, parceira de um marketplace de combustível.
Em relação à manutenção, o sistema também permite acompanhar o estado de cada veículo, com manutenções preventivas agendadas e histórico de desempenho, evitando gastos inesperados.
Com uma precificação melhor pelo investimento em gestão, as empresas que optam pela tecnologia acabam se destacando no mercado. Ainda segundo a pesquisa da CNT, a maior parte dos empresários (81,6%) utiliza ferramentas de precificação do frete e estas ferramentas são baseadas também em indicadores de desempenho e preço que ajudam os contratantes na busca pelas melhores ofertas.
“As empresas que não adequarem sua gestão à tecnologia têm grande chance de comprometer suas operações. E o relatório da CNT nos dá suporte para disseminar essa ideia. Cabe aos gestores olharem para o futuro”, reforça Paulo Raymundi.
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