A chegada do Novo Clio à rede autorizada Renault, na segunda quinzena de novembro, vai provocar uma profunda reflexão no mercado brasileiro de automóveis. Pela primeira vez, um modelo do conhecido segmento dos "populares" sairá de fábrica equipado com o que existe de mais sofisticado em termos de tecnologia de segurança aplicada. O duplo airbag, original em todas as versões do modelo, é um forte indicador do elevado nível de segurança que a Renault quer implantar no Brasil.
Para Luc-Alexandre Ménard, presidente da Renault do Brasil, essa postura demonstra a seriedade com que a montadora decidiu tratar do tema segurança. Segundo ele, a decisão de produzir em linha um equipamento tão sofisticado foi a maneira que a Renault do Brasil encontrou para oferecer o mesmo nível de segurança a todos os clientes vão comprar o Novo Clio. "Se esse equipamento é oferecido como opção, nem todos poderão desfrutar dos seus benefícios", explica.
Além do maior nível de segurança, o Novo Clio, o segundo veículo a ser produzido pela Renault do Brasil (o primeiro é o Scénic, lançado em março desse ano), traz também elevado padrão de acabamento. Vários acessórios de conforto e praticidade, encontrados apenas como opcionais nos veículos desse segmento, são originais de produção na linha do Novo Clio. O fato de ser oferecido apenas com cinco portas, por exemplo, confere ao modelo mais conforto e a melhor relação custo/benefício na sua categoria.
Maior volume de vendas da Renault
"É um conceito completamente novo e geralmente encontrado em carros situados nas faixas superiores do mercado", salienta Alain Margaritopol, Vice-presidente Comercial da Renault. Batizado pela Renault como "o pequeno grande carro brasileiro", o Novo Clio está planejado para ser o maior volume de vendas da empresa no Brasil. Para o próximo ano, a Renault prevê comercializar 32.000 unidades do Novo Clio, sendo que 70% das vendas serão das versões RL e RN equipadas com motor 1.0, e 30% das versões RN e RT equipadas com motor 1.6.
Ainda segundo Alain Margaritopol, o plano da Renault para o ano 2000 é de vender um volume total perto de 80.000 veículos. "Com a chegada do Novo Clio, nossa projeção para o próximo ano é defender uma participação de 5 % do mercado total brasileiro". Desse total, 2.0% vão ser representados pelas vendas do Novo Clio.
O Novo Clio será montado na mesma linha de produção do Scénic, na Fábrica Ayrton Senna, localizada na cidade de São José dos Pinhais (PR). No segmento dos veículos equipados com motor 1.0, os conhecidos "populares", o Novo Clio 1.0 (RL e RN) terá uma participação de 2,8% do mercado específico.
No fechamento desse ano, a Renault espera acumular um volume total de aproximadamente 35.000 unidades comercializadas, quase o dobro do volume que vendeu no ano passado, quando comercializou 19.100. Este ano, o destaque comercial da Renault está sendo o Scénic, que deverá fechar o ano com 16.000 unidades em circulação.
Com essa performance, a Renault quer reforçar sua posição como montadora nacional. Com apenas um ano de mercado, a Renault do Brasil está atrás apenas das quatro grandes marcas tradicionais com uma participação de 2,6% do mercado total.
"Elaboramos uma estratégia de crescimento progressivo. Até o ano de 2005 nosso planejamento é ocupar uma fatia de 10% do mercado total de automóveis", analisa Alain.
Paralelamente aos planos de crescimento das vendas, a Renault do Brasil vem trabalhando na expansão da sua rede de concessionários autorizados. Dos 52 pontos de vendas que atuavam no final do ano passado, a Renault deverá fechar 1999 com cerca de 100 concessionários espalhados por todo território nacional. Atualmente, a rede possui 80 pontos de vendas em plena atividade e a meta da Renault até o final do ano é inaugurar dois novos endereços pôr semana. No fim do ano 2000 serão 150 concessionários.
Índice de nacionalização de 70%
Para Daniel Cavé, Diretor de Marketing da Renault do Brasil, o Novo Clio é um automóvel com personalidade forte que vai revolucionar o conceito de carro pequeno no Brasil. "O Novo Clio deverá transformar-se em referência para o mercado e para as outras marcas", afirma. "Trabalhamos para reforçar nossa imagem de marca audaciosa, visionária, calorosa e cada vez mais brasileira".
O Projeto de produção do Novo Clio no Brasil levou dois anos desde o estudo de viabilização até início de fabricação. Segundo Pierre Jean Montanié, Diretor do Projeto e responsável por todas as etapas de desenvolvimento do carro, o Novo Clio sai da linha de montagem com um índice de nacionalização de 70%. "Quando o carro começar a receber os motores produzidos aqui, esse índice saltará para 85%", comemora.
O Novo Clio será oferecido em duas opções de motores: 1.0 litro (de 59 cv de potência e 8,3 mkgf de torque máximo) e 1.6 litro (de 90 cv e 13,5 mkgf de torque máximo), ambos com cabeçote de oito válvulas (em liga leve) e injeção multiponto seqüencial. O motor 1.0 foi construído exclusivamente para o mercado nacional, assim como a caixa de transmissão, desenvolvida especialmente para as condições brasileiras. Ao todo são quatro versões de acabamento, sendo duas para o motor 1.0 (RL e RN), e duas para o motor 1.6 (RN E RT).
Foto: Divulgação Renault