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Falta de semicondutores afeta a produção de veículos blindados
Mercado
Publicado em 05/01/2022

A procura por veículos blindados vem crescendo cada vez mais no Brasil, mas a escassez de insumos para a produção desse tipo de automóvel tem impactado negativamente o setor.
Segundo Olavo Ehmke, sócio-diretor do grupo empresarial Autobunkers Defense, referência nacional com 20 anos de experiência, mais de 15 mil veículos blindados comercializados e 7 mil blindagens executadas, a falta dos semicondutores utilizados na fabricação de veículos estão afetando a produção. “Tem prejudicado a cadeia como um todo. Desde o veículo popular desprovido de acessórios até os mais complexos. A falta desses produtos se deve ao uso de semicondutores para produção de televisores, celulares, computadores e tudo aquilo que a população se mobilizou para comprar durante a pandemia”, revela.
O diretor pontua que veículos blindados sofisticados são os que mais sofrem com a falta de insumos. “Quanto mais sofisticado é o carro, mais semicondutores ele necessita. São diversos equipamentos e acessórios, tornando mais difícil que ele consiga ser concluído na linha de produção. E são exatamente esses carros que estão em falta no mercado, veículos sofisticados acima de R$ 500 mil até um milhão de reais. São difíceis de encontrar e não há nem programação de entrega desses carros”, relata.
De acordo com Ehmke, isso acaba afetando a própria escolha dos consumidores, que se veem obrigados a optar por veículos que não eram a sua primeira opção. “O consumidor se surpreende com a dificuldade e então se enquadra, se adapta ao novo modelo de negócio que é aguardar a entrega ou optar por outro veículo que não é exatamente o que ele queria, não tem os acessórios que ele optou em geral. Nesse mercado isso é muito difícil, já que proprietários de carros zero raramente efetuam um downgrade para um seminovo”, pontua o diretor da blindadora.
Ele ainda ressalta que esses problemas têm gerado contratempos não só para consumidores, mas também para as próprias concessionárias que realizam e vendem veículos zero km. “Isso traz uma ameaça direta à sobrevivência desse tipo de rede de concessionárias que, inclusive, já foram objeto de questões judiciais de ressarcimento de prejuízo em função da impossibilidade de oferecer veículos zero que a rede precisa. Não tem como se manter no mercado vendendo menos de 10% do que a empresa se propôs no modelo de negócio”, declara.
Ainda segundo Ehmke, a Autobunkers está com vários clientes em fila de espera por veículos blindados. “São diversos pedidos e à medida que esses carros vão chegando, nós vamos produzindo a blindagem e disponibilizando ao mercado”, finaliza o executivo.

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